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A mão que (re) faz  Galeria Asa de Papel 

Agnaldo Pinho é um artista cuja feitura dos trabalhos se dá pelas mãos hábeis que tem. A sensação é sempre aquela em que as sobras de alguma coisa (madeira, papel, massas, peças avulsas) viram uma brincadeira séria nas mãos desse artista cheio de intuições ao mesmo tempo pensadas sobre o fazer. Seus “artefatos” nos enchem de graça. Olhando-os, é quase inevitável o sorriso livre da boca e dos olhos. O resultado caprichoso de seus objetos encanta pela alegria, pela beleza, pelo resultado que chega, sem ao menos sabermos como e de onde nascem seus autômatos e retratos cheios de movimentos curiosos.

Se a arte é cosa mentale não será menos lúdica quando nela possamos reconhecer o mundo livre das brincadeiras das crianças. Agnaldo Pinho nos faz sonhar quando conecta esses dois mundos do sensível: mente e coração. Assim, o artista transita livremente por esses dois sentidos da arte.

Nos autômatos, pela construção engenhosa, tudo é extremamente calculado, embora o acaso possa acontecer durante o processo da obra. O que se olha e toca é na maioria das vezes uma surpresa para o espectador, que é sempre convidado a movimentá-los para descobrir e sentir o ar da graça das engrenagens construídas.

Se de um lado prevalece uma engenharia da elaboração, de outro, de forma muito livre, temos um conjunto de rostos inquietos, engraçados, severos, debochados, furiosos, até mesmo indiferentes a tudo, como se estivessem absortos em seus mundos imaginários. Dar forma ao inusitado sem perda de expressão, como se vê nessas caras, é o que as qualifica e confirma que diante delas há uma força expressiva independente do material simples e descartável utilizado.

 A exposição A MÃO QUE (RE)FAZ, de Agnaldo Pinho, que ora se apresenta, vem das madeiras escolhidas para o árduo trabalho técnico e ao mesmo tempo mirabolante de seus autômatos, cujas sobras das madeiras uma vez caídas ou perdidas pelo chão do atelier se somam e acabam por ganhar vida nesses personagens/rostos que desconfiados parecem desconfiar dos nossos olhares críticos.

                                           

Mário Alex Rosa

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